Mancha homenageia torcedor morto. Gaviões choram:

As duas principais torcidas organizadas de Palmeiras e Corinthians vivem momentos distintos nesta terça-feira. Enquanto a Mancha Verde comemora o acesso ao Grupo Especial do Carnaval, a Gaviões da Fiel lamenta, com muito choro, o rebaixamento para a "segunda divisão", onde o time palmeirense de futebol esteve no ano passado.
A queda da Gaviões simultânea ao acesso da Mancha livra a Liga e as autoridades de um grande problema. Caso ambas estivessem juntas no mesmo grupo, fosse ele o Especial ou o de Acesso, os riscos de conflitos entre os integrantes seria grande.
Momentos após o anúncio da conquista da Mancha, o site oficial da escola de samba e torcida organizada inseriu uma mensagem: "Guerreiro Cléo, esse título é em sua homenagem".
Cléo Sóstenes foi um dos primeiros líderes da facção e teria sido morto em conflitos envolvendo torcedores adversário. Presidente da Mancha Verde, ele foi assassinado em junho de 1988. Cléo teria sido a primeira vítima da briga entre torcedores no Brasil, sendo assassinado com dois tiros.
Após levar o título do Grupo de Acesso, os integrantes da Mancha foram fazer a festa na quadra da escola, localizada na Zona Oeste de São Paulo. Cerca de cinco mil palmeirenses comemoraram a conquista no local.
A Mancha, no entanto, não se preparou para a festa. Faltou chope para quem foi vibrar com o título da escola. Porém, segundo o presidente de honra Paulo Serdan, eles farão uma grande celebração em breve.
Os integrantes da torcida foram providenciar chope e um churrasco para a data não passar em branco. Nada que desanimasse os palmeirenes, que vibraram sem parar na quadra da agremiação, que se tornou escola de samba há quatro anos.
Do outro lado, o clima foi de tristeza. Cerca de 200 pessoas foram à sede da Gaviões. Tentando espantar a decepção, os corintianos cantaram o samba-enredo deste ano. Para evitar confusões, cerca de quinze policiais, espalhados pelas redondezas da quadra, fizeram a segurança no local.