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quarta-feira, junho 16, 2004

Orkut - Gincana da popularidade

Só quem é convidado pode participar
do Orkut, a comunidade virtual que
virou uma febre na internet


Por Marcelo Marthe Veja Online

"Quem você conhece?" Com esse slogan, um serviço disponível na internet acaba de se tornar o mais novo fenômeno da cultura inútil. Trata-se do Orkut, uma comunidade virtual que surgiu nos Estados Unidos há apenas cinco meses, já conta com mais de 2 milhões de usuários ao redor do planeta e não pára de crescer. Programas que permitem estabelecer redes de amizades ou de pessoas com interesses comuns não são propriamente uma novidade. Ainda na infância da internet, fizeram sucesso nessa área as salas de bate-papo e azaração. Logo, também ganharam popularidade sites que oferecem discussões sobre temas específicos. Mas a nova geração desses serviços de comunicação interpessoal vai além: possibilita ao usuário criar uma página personalizada na qual exibe fotografias e dados pessoais. Mais que apenas uma ficha de identidade do participante, seus correspondentes em potencial encontrariam aí uma janela para a intimidade do sujeito. O Orkut pertence a essa categoria.

O site não é o único do gênero – concorre, por exemplo, com similares como o Friendster, o Tickle e o Meetup. Tornou-se bem mais popular que os demais, entretanto, graças a um diferencial: ele acena com o ideal de uma comunidade elitizada, acessível apenas às pessoas, digamos, bem relacionadas. Isso porque é preciso, obrigatoriamente, ser convidado por algum usuário para participar do Orkut. A idéia de seu fundador, Orkut Buyukkokten – um cidadão turco de 29 anos que trabalha como analista de sistemas do Google, o site de busca americano que se transformou numa potência do mundo da informática –, era criar uma comunidade somente para "amigos de confiança", que fosse livre de presenças indesejáveis e crescesse de forma "orgânica e natural", nas palavras dele. Para muitos internautas, o Orkut se assemelha mais a um clube privé. Hoje, já se contam dezenas de sites em que "excluídos" clamam por acesso à comunidade. Pode-se até mesmo encontrar "convites" para admissão no Orkut à venda na rede. Nesse mercado paralelo, uma indicação sai por preços que variam de uns poucos centavos até 11 dólares.

O que explica o sucesso do Orkut é que ele funciona como uma espécie de gincana virtual na qual os usuários testam sua popularidade. Seja alguém em busca de encontros amorosos, seja o integrante de um grupo de discussão sobre literatura, o associado está sob constante avaliação de seus pares. Quanto maior o número de contatos que possui, maior sua popularidade. Ele também recebe notas dos outros participantes em quesitos como beleza, simpatia e confiabilidade. Um exemplo pode ser extraído do perfil do próprio fundador: Orkut ostenta mais de 400 amigos e mais de 100 fãs – quer dizer, pessoas que se assumem como admiradoras do rapaz. Fora esse apelo para o ego, o Orkut não oferece grandes atrativos. Atualmente, existem vários serviços nesse mesmo formato voltados à área dos negócios. Exemplos disso são as comunidades que se destinam à busca e oferta de empregos, como o LinkedIn, o Ecademy e o ZeroDegrees. No caso do Orkut, o máximo de utilidade é a possibilidade de integrar os famigerados grupos de discussão. O mais popular deles, com quase 10.000 participantes, é devotado a um tema que dá sono: a luta dos antiimperialistas aguerridos pela adoção do sistema operacional de computadores Linux, de uso gratuito, em vez dos produtos da americana Microsoft.

O Brasil conquistou um lugar de destaque no Orkut. Com 23% dos participantes, o país é o segundo com maior representação na comunidade. Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, com 36% dos associados, e em terceiro aparece o Japão, que tem pouco mais de 4% deles. A presença de tantos cidadãos nacionais num ambiente tão exclusivo gera reações: hoje, há vários grupos dentro do Orkut – formados por americanos, em especial – com palavras de ordem na linha "fora, brasileiros!".

À medida que se torna mais popular, o Orkut também vem acumulando uma legião de desafetos. Há, em primeiro lugar, participantes insatisfeitos porque o site vem perdendo sua aura de clube ao alcance de poucos. Incomoda-lhes, sobretudo, o fato de que o Orkut, como já ocorre em boa parte das comunidades virtuais, começa a ser invadido pelos chamados spams – as mensagens indesejáveis. Há, por outro lado, aqueles que torcem o nariz justamente por causa de seu propalado elitismo. "Fui convidada para o Orkut, mas me recusei a participar. É uma panelinha virtual", denuncia a escritora carioca Simone Campos, em sua página na rede. A última história que vem se difundindo a respeito do Orkut tem um quê de paranóia. Embora oficialmente o serviço seja independente do Google, seu criador faz parte do time de programadores da empresa de Larry Page e Sergey Brin. Por isso, espalhou-se na rede o boato de que as informações que os usuários disponibilizam em seus perfis seriam reutilizadas pelo Google com fins comerciais. Teoria conspiratória das boas.



Caso queira um convite, eu, o Angelo, o Marvado e o Capóia já são cadastrados, e até já tem uma comunidade CNJ lá..

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