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quarta-feira, março 31, 2004

Cientistas criam novo protocolo ultra-rápido de Internet

extraido de www.uol.com.br
Da Universidade da Carolina do Norte


Pesquisadores do Departamento de Ciência da Computação da Universidade da Carolina do Norte desenvolveram um novo protocolo de transferência de dados para a Internet que faz as atuais linhas digitais de alta velocidade (DSL) parecerem letárgicas.

O protocolo foi batizado BIC-TCP, ou Aumento do Congestionamento Binário - Protocolo de Controle de Transmissão. Em recente estudo comparativo conduzido pelo Centro de Aceleração Linear da Universidade Stanford (Slac), o protocolo BIC consistentemente liderou o ranking em uma série de experiências para determinar sua estabilidade, capacidade de ampliação e precisão, diante de outros protocolos. O estudo envolveu seis outros protocolos desenvolvidos por cientistas e pesquisadores de escolas de todo o mundo, entre as quais o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e o University College de Londres.

Injong Rhee, professor associado de ciência da computação, disse que o BIC pode atingir velocidades cerca de seis mil vezes superiores às do padrão DSL, e 150 mil vezes maiores do que as dos modems atuais. Embora isso possa significar baixar uma canção em um piscar de olhos, o verdadeiro valor de um protocolo de alta potência como esse se relaciona às imagens.

Rhee e seus colegas de universidade, Khaled Harfoush, professor assistente de ciência da computação, e Lisong Xu, estudante de pós-doutorado, apresentaram um estudo com seus resultados na Infocom 2004, em Hong Kong, durante a 23ª reunião da Sociedade da Instituição de Engenheiros Elétricos, Eletrônicos e de Comunicação.

Muitos laboratórios de computação, nos Estados Unidos e no exterior, estão agora envolvidos em estudos científicos em larga escala sobre física de alta energia, astronomia, geologia e meteorologia. Tipicamente, diz Rhee, "os dados são coligidos em um local distante e enviados aos laboratórios, onde os cientistas podem executar análises e criar visualizações de alto desempenho com os dados". As visualizações podem incluir imagens de satélite ou modelos climáticos usados em meteorologia. Receber os dados e compartilhar os resultados pode causar imenso congestionamento nas redes existentes, como a ESNet (Energy Sciences Network), criada pelo Departamento da Energia dos Estados Unidos precisamente para essa espécie de colaboração científica.

O problema, diz Rhee, são as limitações inerentes do TCP regular: "O TCP foi projetado originalmente nos anos 80, quando as velocidades da Internet eram muito mais baixas e a banda muito mais estreita", disse. "Agora, estamos tentando aplicá-lo a redes que dispõem de banda mais larga por diversas ordens de magnitude". Essencialmente, estamos tentando encher uma represa com um conta-gotas. O BIC, por outro lado, abriria as comportas.

Com Xu, o estudante de pós-doutorado, Rhee vem trabalhando no desenvolvimento do BIC há um ano, ainda que diga estar estudando soluções para o congestionamento de redes há uma década ao menos. A chave para a velocidade do BIC é seu uso de uma abordagem de busca binária -uma maneira comum de realizar buscas em bancos de dados- que permite a rápida detecção da máxima capacidade de rede, com perda mínima de informação. "O que o TCP leva duas horas para determinar, o BIC é capaz de realizar em menos de um segundo", disse Rhee. O maior desafio para o novo protocolo, acrescentou, seria ocupar os canais rapidamente sem causar escassez em outros protocolos. "É uma dificuldade de equilíbrio séria", disse.

Ao permitir a transferência rápida de pacotes de dados cada mais maiores, a longa distância, o novo protocolo aumentaria eficiência de aplicativos de ponta que variam da telemedicina e monitoração ambiental em tempo real a operações de negócios e jogos online para múltiplos jogadores. Na Universidade Estadual da Carolina do Norte, os pesquisadores poderiam visualizar, monitorar e controlar simulações em tempo real e experiências conduzidas em locais remotos com muito mais facilidade. O BIC poderia até ajudar a evitar um desastre nacional. O recente blecaute que atingiu largas áreas do leste dos Estados Unidos e do Canadá sublinhou a necessidade de criar sistemas alternativos para transferência de dados em largo volume por distâncias de milhares de quilômetros.

Com as velocidades de rede se duplicando mais ou menos a cada ano, Rhee disse que o desempenho do novo protocolo poderia se tornar disponível para uso geral em poucos anos, criando um novo padrão para a plena utilização da Internet.

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