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sábado, maio 01, 2004



01/05/2004 - 08h00

Ele está vivo

Memória

Rogério Elias
Em São Paulo

Ele está vivo. Tão próximo de todos nós quanto qualquer um. Ou, pensando melhor, até mais. Ele está vivo. Vivo a cada vez que um carro toca a pista de um autódromo no Brasil. Vivo a cada vez que a Fórmula 1 chega em alguma cidade para alguma corrida. Vivo a cada vez que uma luz verde acende. Vivo a cada vez que uma bandeira quadriculada é agitada.

Ele está vivo. Vivo sim. Vivo a cada vez que alguém crava uma pole. Vivo a cada vez que alguém vence. Vivo a cada vez que qualquer um veste um capacete. Vivo a cada vez que chove. Vivo a cada vez que o hino nacional é tocado. Vivo a cada vez que um limite é desafiado. Vivo.

Ele está vivo faz tempo. Nunca morreu. Ele estava vivo naquela pomba branca que pousou no caminhão de bombeiros que lhe homenageava em São Paulo. Estava vivo no gesto de um torcedor que cerrou o punho e socou o ar como homenagem quando de seu "velório". Vivo na esquadrilha de aviões caça que lhe escoltou nos céus.

Estava vivo, sim, quando em todos os estádios desse Brasil as torcidas gritavam: "ôle, ôle, ôle, ôla! Senna! Senna!".

Vivo no choro das milhões de pessoas que saíram pelas ruas, pelas avenidas, pelos viadutos, pelos túneis para dizer justamente: você não morreu!

Vivo nas lágrimas de todos.

Vivo, agora, na esperança de muitos. Pois ele simboliza que as coisas podem dar certo. E se ainda não deram. É porque não é Ayrton Senna da Silva. Ainda.

Saudades. Mas, graças à Deus, vivo nessa saudade.


Cada vez que leio um texto sobre esse cara sinto um arrepio diferente, uma saudade diferente, com certeza quase todos os brasileiros que tiveram o privilégio de assisti-lo nas manhãs de domingo sentem saudades daqueles tempos em que o Brasil era vencedor em grande parte dos fins de semana do ano.

Obrigado Senna, por fazer com que o povo brasileiro acreditasse que é capaz de vencer !!
10 anos de saudade !!

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